O Linho

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Uma semente tão pequena... semente do linho! Uma sementinha que mede apenas 0,5mm.

O que contém essa semente?

Quanta esperança… quanta magia… quanta força… quanto significado… quanta criatividade… quanta vida… quanta sabedoria!

Como nasceu a marca “Lindo Linho”? Aqui no Blog vamos poder acompanhar todo o processo de nascimento e renascimento da arte milenar do linho artesanal, que vem sendo realizado na região de Covide, norte de Portugal.

A partir de uma pequena semente, pode-se ver crescer grandes árvores. Pode-se produzir alimento, remédio e tantas outras coisas preciosas para a nossa vida.

É o que acontece com a semente do linho, a linhaça, como é conhecida.

linho é uma planta herbácea que chega a atingir um metro de altura e pertence à família das lináceas. Abrange um certo número de subespécies, integradas por botânicos com o nome de Linum usitatissimum L..

A planta do linho compõe-se basicamente de uma substância fibrosa, e de uma substância lenhosa, que encontra-se no seu caule, da qual se extraem as fibras longas para a fabricação de tecidos. Também produz sementes oleaginosas e a sua farinha é utilizada para cataplasmas de papas, e é usada para fins medicinais. Além disso, a linhaça, que é a semente do linho, é muito utilizada na culinária, onde é consumida com casca e dela se extrai também o óleo de linhaça que é rico em Ómega 3, Ómega 6 e Ómega 9. O óleo da Linhaça é usado também na indústria cosmética, em farmácias de manipulação e na pintura a óleo, sendo o veículo mais comum na preparação de tintas indumedicinais.

Existem vários tipos de linho. Alguns são próprios para se extrair as fibras têxteis, outros para se obter o óleo, e ainda um tipo misto, que tanto pode servir para se extrair as fibras como o óleo.

Entre os têxteis, temos o linho Galego e o linho Mourisco. O linho galego, da subespécie Crepitans, tem flores azuis, bastante pequenas e cápsulas muito abertas, semeia-se na Primavera, no início de Maio, em terrenos regadios ou “chão das hortas” como se dizia antigamente. Já o linho mourisco, da subespécie Transiens, tem flores brancas pequenas e cápsulas deiscentes, mas menos abertas que as do linho galego. Semeia-se no Outono, no início de Outubro, ao mesmo tempo que o trigo e o centeio, nas chamadas “terras de colheita”. A porção de terreno onde se semeava o linho, antigamente, tomava ainda o nome especial de linhal e, normalmente, a linhaça era enterrada por meio dos engaços ou ancinhos de forma a limpar a terra de algumas pedras soltas.

O nosso linho, é o linho Galego. Tradicional na região norte, especificamente na região do Gerês, onde o solo é fértil e possui água em abundância. Como a duração do seu ciclo vegetativo é muito curta, a planta deve absorver rapidamente os elementos minerais: os solos frescos e ricos são-lhe altamente convenientes, e nos terrenos pobres os processos de adubação devem ser cuidadosamente aplicados. Ou seja, os terrenos devem ser, preferencialmente, de regadio e na fertilização da terra não são usados produtos químicos, todos os fertilizantes são naturais e os principais são a cinza e o estrume de animais. Nossa produção é feita de forma orgânica e biológica, respeitando os conceitos de sustentabilidade.

Não se conhece a data e o local em que o homem utilizou pela primeira vez as fibras flexíveis do linho para confeccionar tecido, nem quando a planta começou a ser cultivada. Entretanto, desde 2500 anos a.C. o linho era cultivado no Egito, e a Bíblia descreve, em vários locais, a importância do linho. Uma dessas histórias fala sobre Moisés, e  refere-se à perda de uma colheita de linho como uma “praga” ou desgraça, tal a sua importância na vida das populações. O linho vem também mencionado no Antigo Testamento, onde as cortinas e o Véu do Tabernáculo e as Vestes de Aarão como sacerdote eram feitos em “linho fino retorcido”. A túnica de Cristo, foi feita em linho, sem costuras. Era um tecido nobre, dado o seu trabalhoso processo de fabricação. Os reis eram envolvidos em linho fino, embalsamados para a nova vida.

No território que viria a ser Portugal, o cultivo do linho e a sua utilização têxtil provêm dos tempos pré-históricos. Em certas jazidas da província de Almeria que remontam a 2500 a.C., encontraram cápsulas de linhaça, e numa “sepultura”, situada numa propriedade particular junto das Caldas de Monchique, no Algarve (Portugal), considerada da 1ª fase do bronze mediterrâneo peninsular, recolheu-se um pequeno farrapo de linho (2500 a.C.). Estes factos não só provam que o linho era já então cultivado e utilizado, mas indicam, pela perfeição do seu fabrico, um longo desenvolvimento anterior. Na foto datada de 1910, podemos ver mulheres a “espadelar” o linho.